Sunday, April 24, 2005

ACORDA NAÇÃO MORIBUNDA

Acorda
nação moribunda
de cadavéricas faces
proscrita
no húmus pestilento
rastejando
perdida
em quezílias de cordel

Levanta-te
egrégia gente
da bruma do tempo
prisioneira
e embrenha-te
no calor humano
de quatro décadas amordaçado

Liberta-te
país de morais vitórias
das amarras ferruginosas
do passado
e salta e canta
e clama
a tua força o teu querer
e no Olímpo vinga
o desprezo orgulhoso
dos deuses de barro
nas dunas à beira Tejo
esculpido

Grita
povo luso
herói de seculares glórias
e ergue
ao mundo incrédulo
a taça cintilinte
da democracia conquistada
em aurora primaveril
de um vinte e cinco de Abril

E já do cano da espingarda brota
pelo sorriso inocente da crinça semeado
e fulgurante
reluz o cravo vermelho da esperança
para sempre
LIBERDADE.

L. Araújo; in "Princípio...e...Fim!"

1 Comments:

At 1:51 PM, Blogger Duarte said...

Gostei particularmente deste poema. Talvez a temática dê uma intensidade acrescida, mas parabéns!
Também evoquei o 25 de abril no meu blog. Senti-me impelido.
Abraço

 

Post a Comment

<< Home