Wednesday, April 26, 2006

ONTEM DE MANHÃ

Ontem de manhã
eras presente
contentor de desejos
e esperança
Depois
avançaste
momento a momento
minuto a minuto
ora alegre
triste por vezes
até que ...
(o empo não perdoa)
... cansado e iludido
foste ultrapassado
na corrida louca do tempo
E viste
moribundo
novo dia chegar
trémulo incerto e já pleno
de esperança
Nesse instante
terminou tua existência
O presente passado tornou-se então
passado presente.

L. Araújo, in MARESIAS.

A CHUVA CAI MIUDINHA ...

A chuva cai
miudinha
a espaços na vertical
ora em oblíquos segmentos
aliviando a terra
de infundadas
querelas sombrias

No ar
o cheiro espesso
a terra húmida
banhada
pela bátega inesperada
simula camuflar
os parcos raios
de um tímido e frágil sol
já esbranquiçado
na fuga iminente
à vigilância indesejável
de monstruoso
mar de nuvens
cor de chumbo

Pouco a pouco
a vida enérgica
esvai-se asinha
dos encantos fúteis
imagem viciada
da realidade
indomável verdade.

L. Araújo, in MARESIAS


Monday, April 03, 2006

A Primavera
chegou!
Os campos pintam-se
de verde
os jardins matizam-se
no arco-íris
os pássaros chilream hinos
despertando a Natureza
adormecida
É a vida a renascer
E eu quero
para sempre
viver!

L. Araújo; in "Circunstâncias".