Friday, December 31, 2004

JÁ NÃO SONHO . . .

Já não sonho
meus sonhos de criança
paraíso encantado do
imaginário infantil
usando sonhos coloridos
de cores não concretas
esvaídas na composição
de uma dose excessiva
necessidade fictícia
enquanto embalo
o túmulo prematuro
de combatente activo
na batalha obsessiva
pela sobrevivência

Sonhar não custa
difícil é acordar
mesmo por entre destroços humanos

É bom acordar!
L. Araújo, in "Princípio ... e ... Fim!"











Wednesday, December 29, 2004

NO COMMENT . . . !

Para quê Why Pourquoi Perché
o PASSADO the PAST du PASSÉ del PASSATO
lembrar remembering se rappeler ricordarsi
e com and et e con
o FUTURO the FUTURE avec l'AVENIR il FUTURO
sonhar dreaming of rêver sognare
se if si se
o PRESENTE the PRESENT le PRÉSENT il PRESENTE
esquecemos? we're forgetting? on l'oubie? dimenticamo?

L. Araújo; in "Princípio ... e ... Fim!"





DIES IRAE ... REQUIESCAT IN PACE

FOI NATAL!
a preceito
despoletou-se o corre-corre desmesurado
a hipocrisia idolatrada
o tudo que é nada.
Nos céus flutuantes
ouviram-se ténues
os seculares glórias divinais
e o FELIZ NATAL
soou telúrico
mórbido
assassino
necrófilo ...
... e os elementos envolveram-se
irados
ordenados
cumprindo o percurso da criação ...

passou o terramoto
assolou o maremoto
sobraram os mortos
salvaram-se os vivos
a vida continua
destroçada
amordaçada
esperançada

FOI NATAL!
ressuscitou a SOLIDARIEDADE!

L. Araújo (2004, 29 Dezembro)







Friday, December 24, 2004

UMA FLOR / UM AMOR (PAZ)

Um traço uma linha
uma curva uma recta
outra curva outra linha
uma flor
uma vida um amor
um perfume um aroma
um desejo uma saudade
uma flor

Outra flor
e mais outra
e outra mais
um ramo
um laço
um bouquet

Uma cor
um desejo
uma esperança
um encanto
uma vida
uma flor
PAZ

(L. Araújo, in "Princípio...e...Fim!")


Wednesday, December 22, 2004

DE REPENTE ...

De repente
a noite aquece
no ar o odor
húmido de sexo
leveda os corpos
entrelaçados
no meio de torções
e contorções
suspiros
gemidos
e gritos
e o amor acontece
na consumação orgástica
do acto universal ...
Então
os corpos lassos
estendidos em leito
de prazer feito
repousam
mistérios
do ser
ou não ser
fundamental.


(L. Araújo, in Princípio...e...Fim!)




EM TI ...

Em teus olhos
brilha uma luz sideral
E teus lábios
clamam aleluia celestial

Em teu corpo
o aroma da nação divina
em tua voz
a harmonia de coro angelical

Thursday, December 16, 2004

CRÓNICA DE VIAGEM (fim)

E o cruzeiro continuou embalado pelos braços do poderoso Neptuno, rumo ao arquipélago canário, onde aportámos na ilha dos vulcões. Depois de uma visita à capital, Arrecife, à tarde, foi tempo para serpentear a obra-prima da natureza, o mar de lava, lavrado à volta das dezenas de crateras, e experimentar o balancear sonolento dos pachorrentos dromedários.
Mas nem o forte temporal no oceano, atrasando, por duas horas, a saída do navio, cerceou o ânimo e a boa disposição do grupo que viu ser adiada a recepção aos clientes repetentes da Costa.
Depois, já no outro dia, a subida ao gigante Teide e a descida à bela cidade de Puerto de la Cruz, ocuparam o programa terrestre da jornada em Tenerife.
Urgia arrumar as malas, pois o porto de destino aproximava-se a 19 nós. Foi, então, com surpresa nossa, que o comandante caprichou em obsequiar os madeirense na ponte de comando, com um agradável cocktail de despedida. Foi tempo para trocar impressões e para breves explicações sobre a nobre arte de navegar no oceano, mesmo com o prestável auxílio do piloto automático, enquanto o Costa Europa, ora trepando a crista da onda, ora mergulhando na cava da vaga, rumava lesto ao porto do Funchal, onde viria a arribar com o sol despertando das profundezas oceânicas e a formosa e paradisíaca Madeira, acordando à vista de todos nás. E não foi em vão que ouvimos, em diversas línguas:
__ Wonderful! Beautiful! Very nice!
__ Que c'est très jolie!
__Che bella isola!
Por nós, damos por bem empregues os dias passados a bordo, onde imperou o convívio e a camaradagem e de onde saímos, culturalmente, muito mais enriquecidos e com o propósito de, em breve, regressarmos a outro cuzeiro.
FIM



PENA

Pena-me
esta pena
que me pEna
ao correr da pena


Pena-me
teu coração peNar
pela pena
de me saber penAr.
Lídio Araújo, in "Princípio... e... Fim!"


Wednesday, December 15, 2004

CRÓNICA DE VIAGEM (continuação)

Chegados ao porto marroquino de Casablanca, o grupo dividiu-se pelas diversas excursões propostas.Se uns optaram pela ida à capital Rabat, visitando o Palácio Real, o Mausoléu e uma mesquita, outros seguiram para a exótica cidade do Marrakech. E a beleza de uma diferente civilização com identidade cultural completamente distinta da nossa cativou-nos, mau grado o baixo nível de vida das suas gentes. Então, a mostra de tapetes berberes, a degustação do chá de menta, os produtos medicinais tradicionais, a gastronomia local, a música árabe acompanhada pela dança do ventre, na pessoa de simpática bailarina, o Kasbah, a visita ao labirinto do souk - o mercado - onde imperam os odores das especiarias, do cabedal, das sedas e dos frutos do Mgrebe, constituíram momentos inolvidáveis que perdurarão na confusão do trânsito citadino, abraçado pelas esguias palmeiras.
De regresso a bordo, outro espectáculo de variedades, de categoria superior, como habitualmente, brindou, uma vez mais, todos os passageiros antes do percurso diário pelas máquinas do casino.
20 de Abril. Domingo de Páscoa.Dia de sol e mar calmo nas cercarias de Agadir. A visita à cidade de Taroudant com passagem pelo palácio Salam, a paragem junto de um pequeno rebanho de caprinos empoleirado no cimo de um "arganier", a visita à Medina local e, de regresso ao barco, o percurso pela grande avenida, ladeada de esplanadas de bares e de cafés e pelo extenso areal, são alguns dos quadros registados na tela dos nossos olhos.




Tuesday, December 14, 2004

CRÓNICA DE VIAGEM (1)

O sábado, dia 12 de Abril, amanhecera húmido e as núvens escuras, correndo lestas, deixavam escapar grossas gotas de água. No mar, as ondas mostravam-se enérgicas, encapelando-se, pouco a pouco. Era o dia da partida para um cruzeiro pelo Mediterrâneo, Marrocos e Canárias. A bordo, a recepção feita ao grupo de madeirenses depressa ultrapassou a pequena tempestade que assolava o sul da ilha.
Pelas 17H30, o Costa Europa largou amarras do porto do Funchal, iniciando a viagem rumo a Málaga, sempre acompanhado pelo forte vento de sudoeste.

Na segunda-feira, a passagem pela cidade espanhola pewrmitiu uma breve visita às instâncias turísticas de Torremolinos, Marbella e Puerto Banus. À noite, após o jantar, na orla da piscina coberta, saboreando o cocktail do dia, foi a vez de observarmos a execução artística de maravilhosa escultura, a partir de um bloco de gelo.
Seguiu-se outro dia de navegação até Génova, cidade italiana que nos recebeu sob um sol radioso e mar calmo. Piazza Ferrari, Catedral, Aquário e baixa citadina foram as visitas mais marcantes antes de conhecermos os novos inquilinos do navio.
Pelas 13 horas do dia seguinte, tendo navegado junto da costa catalã, o navio acostou em Barcelona, nas proximidades da Ponte Europa. A beleza do porto, a montanha de Montjuic, a imponência da Sagrada Família, de Gaudi, a arte da Catedral com as suas muralhas medievais e a vivência cosmopolita das Ramblas ficaram para sempre gravadas no álbum das boas recordações. À saída do porto, a presença do Sea Wind Crown, ex: Vasco da Gama, ex: Infante dom Henrique, abandonado em local ermo, transportou-nos, com certa nostalgia, ao período glorioso da navegação comercial lusitana.
O 3º dia de navegação chegou com o retorno do navio ao balanço, enquanto devorava as ondas encapeladas. Pelas 22h 30, terminada a recepção do comandante aos seus hóspedes, seguida de jantar de gala, pudemos avistar, por estibordo, o rochedo de Gibraltar, ao mesmo tempo que as luzes da costa do norte de África brilhavam a bombordo. Com o regresso à ondulação do Atlântico, os sacos para enjoo reapareceram, dispeersos, nos corrimãos e noutros pontos estratégicos. Entretanto, as actividades planeadas e realizadas pela entusiática equipa de animação ocupavam os passageiros que se esforçavam por cumprir o programa diário, com saliencia para as aulas de Mambo, Macarena, aeróbica, italiano, para os jogos de cartas, de ténis de mesa, de matraquilhos, de voleibol, para as pinturas, a culinária, as maquilhagens, etc, etc.
(continua)


Monday, December 13, 2004

Canto a alegria de cantar

Canto a alegria de cantar
e digo da ternura
de te esperar
no fogo da manhã
sabor de madrugada
com cheiro a hortelã
E canto a certeza
de te querer
teu corpo feito monte
suspenso de ansiedade
água da tua fonte
voz da minha verdade
Canto o desejo de amar
e digo da certeza
de te abraçar
na fúria do amor
tela aguarela
em cores do sol-pôr
E canto o prazer
de te viver.

Lídio Araújo, in Princípio ...e ... Fim!(2004)

CUERPOS Y ALMAS

Si mi poema no es poema de verdad
si mis palavras solo son palavras
si mi hambre te recuerda el amor
busca una flor con sabor a amistad
Mientras siempre la quise
en su vida yo penetré yo la burlé
Pero que hé buscado?
Erotismo sensualidad?
Si! No!
Su linea armoniosa el color de su piel y de sus trajes modelo;
Su cuerpo palacio Hé buscado su belleza su vigor La hermosura de sus miembros la estética
Quizá pudo comprender que lo que no ha sido mirado tiene mucha más realidad que todas las cosas vividas
Entonces dame la mano no pienses en ella
no la ames solamente por deseo ella no esmarioneta
Te pido deja tu corazón al viento algo más tienes en ti
Por eso quiero vivir por eso yo la qiero de verdad
Y hoy busco la fuerza del flash que se rompió
hoy busco la fuerza del amor de la niña que se fué
para siempre murió.
(Lídio Araújo - 1973)





Friday, December 10, 2004

WELCOME

Hello. This is my first post. As Christmas time is coming to town and lots of people walking away, please don't forget all those who live somewhere in the background.